quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Perdoar-se


 

     Quando nos olhamos de perto , entendemos que toda distração nos rouba a sanidade, assim nos enganamos na tentativa de não assumir nossa dor.

     A condenação nos afunda no mar de promessas infundadas que não cumprimos a nós mesmos.

     O Guerreiro olha para o outro com piedade,  sabe da importância de ouvir sem julgar , sabe que as almas e corações na maioria das vezes só precisam de acolhimento.

     Se fazer ouvir é o que mais aproxima o guerreiro do divino , apesar de não ver soberania em alguém que julga e condena por inúmeras dores durante a vida , justificando que amor é dor.

     Não é possível que Deus seja isso que é ensinado nos templos.

     Impossível acreditar nisso, na visão do guerreiro pois só faz sentido em seu entendimento,  amor como acolhimento e perdão,  sobre tudo o perdão a si mesmo, assim ele implora por clemência,  não por covardia,  mas por compaixão.

     Se a dor não sarar, os erros se repetirão e acumularão em seus olhos,  por que traiu seu coração,  quando confiou em seu amor e não viu a não escolha do outro coração por ele,  essa traição para ele é imperdoável,  toma-se raiva de si mesmo, pois sempre foi ele que cegou-se, e se condena por toda entrega e nessa hora reconhece a  necessidade de cura.

     Por que ele demonstra faz questão aprende a se resguardar, mas sua ingenuidade e doação, coloca-o na condição de ser golpeado, as cicatrizes espalhadas pelo corpo prova à ele que é forte,  mas é no coração que mora sua fraqueza.  Ele acredita, se entrega com alma e na verdade deveria desistir.

     Por não aprender a se curvar diante das dores ele vai até o fim e o resultado é fracassar consigo mais uma vez. Não ser escolhido o enfurece e ele vai para arena , mais sábio,  cada vez menos vulnerável,  mas preso a condenação por si mesmo.

     O Guerreiro se vê rodeado de pessoas que se ensurdecem a sua necessidade de ser ouvido, então ele clama ao anjo que ao invés de preces apenas oferece presença, seu aliado estende a mão de outro continente e prova ao Guerreiro sua lealdade e também familiaridade , solidário o aliado olha ao Guerreiro com compaixão, o anjo cuida de seu coração, assim sua alma sorri e sua vida volta a ter esperança.





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