Viver
a vida sem certezas, pela sua instabilidade, não deveria ser tão conflitante e
assustador, mas a pergunta é: o que poderia nos dar alguma convicção que não
fosse inconstante? Se estamos sempre em mutação, a natureza, as pessoas, nossos
sentimentos, nossa fé e se tudo muda em todo tempo.
Ainda
que a tradição seja sua base de estruturação, muita coisa vai fugir dos seus
padrões de certezas e vai gerar medo, insegurança, desamparo e muitas vezes por
que não dizer de desespero.
Só
que essas emoções e formas de viver, buscando certezas fazem nos acreditar que
essa será nossa estruturação, mas isso não passa de uma forma de ver, que faz
com que nos sintamos equivocadamente deuses do nosso próprio destino e só com o
tempo percebemos que isso tudo é bobagem.
Sabe
aquela famosa frase de Sócrates “só sei que nada sei”, então, ela confirma se quando
começamos a olhar para nossa experiência e passamos a ver que nada disso serviu
de garantia para nada, mas tranquiliza se o coração por saber disso, de que
você fez seu melhor, deu o melhor de si, e é nessa hora que cai por terra toda
teoria aprendida, toda certeza fixada, por que não existe erro ou acerto,
naquele momento era o que dava para ser feito com a concepção e condição que a vida
lhe havia proporcionado, quando se trata do outro a mesma coisa é valida, foi o
que a pessoa deu conta de proporcionar naquele momento, as vezes não é pessoal,
temos limitações e isso não tem haver com quem acertou ou errou mais.
A
mensagem que recebemos em todo tempo é que devemos dar conta de tudo que
buscamos e que a sociedade nos impõe sem perder o animo, sem cansar, sem se entristecer.
Que loucura é essa que nos colocaram como
padrão de vida, que não foi nós que a escolhemos quem foi que ditou essa regra
desumana e desnecessária, que nos leva para longe de nós mesmos, causando-nos uma
profunda angústia.
O segredo descoberto, não deixa mais fácil a
caminhada, por que olhar pra si e ver suas imperfeições e limitações em um
mundo de aparência, se torna um desafio em todo tempo, às vezes, até maior que
deixar a vida te levar de forma inconsequente.
Olhar
pra si exige coragem, pois vai notar que é um ser inacabado, cheio de dores que
os ambientes e a convivência com as pessoas nos nossos dias causaram, por tanto
a necessidade de curas, e para isso aplicação de desapegar se desse
condicionamento que aprendemos durante toda nossa vida da trabalho, pois exige
uma força que nos leva ao querer continuar estático.
A
doença fica crônica quando percebemos que a vida passou e ficamos presos em
nossas dores, com o discurso, de que não temos ninguém que nos entenda, que
temos perdas consideradas por nós como insuperáveis, nossos dias se acumulam
lamentações, e elas talvez sejam o que nos paralisa, é esse desapego que digo
que é o necessário, a realidade esta ai, diante dos seus olhos, aconteceu por
erro das pessoas, seu, do mundo, mas e daí....
O acostumar se com a dor, para
permanecer no papel de vitima da vida e de Deus, na postura do “coitadismo” não
funciona mais, sair desta zona de conforto vai trazer a sensação de perda do
sentido que você dava a sua vida, vai parecer que perdeu sua inspiração, mas é temporário,
a escolha deve ser de ir até o fim da cura da sua alma e coração, pois a vida
te colocou nessa situação conflitante para se desenvolver mesmo, encare se, vai
sair vitorioso, a verdadeira vitoria depende de você também, não jogue tudo na
conta de Deus, as possibilidades estão diante de seus olhos, abra os, permita
se ver.
Lembra-te
de onde caíste e levante-te mais forte.
Texto Cris Campos
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