sábado, 6 de abril de 2013

Sem certezas




Viver a vida sem certezas, pela sua instabilidade, não deveria ser tão conflitante e assustador, mas a pergunta é: o que poderia nos dar alguma convicção que não fosse inconstante? Se estamos sempre em mutação, a natureza, as pessoas, nossos sentimentos, nossa fé e se tudo muda em todo tempo.
Ainda que a tradição seja sua base de estruturação, muita coisa vai fugir dos seus padrões de certezas e vai gerar medo, insegurança, desamparo e muitas vezes por que não dizer de desespero.
Só que essas emoções e formas de viver, buscando certezas fazem nos acreditar que essa será nossa estruturação, mas isso não passa de uma forma de ver, que faz com que nos sintamos equivocadamente deuses do nosso próprio destino e só com o tempo percebemos que isso tudo é bobagem.
Sabe aquela famosa frase de Sócrates “só sei que nada sei”, então, ela confirma se quando começamos a olhar para nossa experiência e passamos a ver que nada disso serviu de garantia para nada, mas tranquiliza se o coração por saber disso, de que você fez seu melhor, deu o melhor de si, e é nessa hora que cai por terra toda teoria aprendida, toda certeza fixada, por que não existe erro ou acerto, naquele momento era o que dava para ser feito com a concepção e condição que a vida lhe havia proporcionado, quando se trata do outro a mesma coisa é valida, foi o que a pessoa deu conta de proporcionar naquele momento, as vezes não é pessoal, temos limitações e isso não tem haver com quem acertou ou errou mais.
A mensagem que recebemos em todo tempo é que devemos dar conta de tudo que buscamos e que a sociedade nos impõe sem perder o animo, sem cansar, sem se entristecer.


 Que loucura é essa que nos colocaram como padrão de vida, que não foi nós que a escolhemos quem foi que ditou essa regra desumana e desnecessária, que nos leva para longe de nós mesmos, causando-nos uma profunda angústia.
 O segredo descoberto, não deixa mais fácil a caminhada, por que olhar pra si e ver suas imperfeições e limitações em um mundo de aparência, se torna um desafio em todo tempo, às vezes, até maior que deixar a vida te levar de forma inconsequente.
Olhar pra si exige coragem, pois vai notar que é um ser inacabado, cheio de dores que os ambientes e a convivência com as pessoas nos nossos dias causaram, por tanto a necessidade de curas, e para isso aplicação de desapegar se desse condicionamento que aprendemos durante toda nossa vida da trabalho, pois exige uma força que nos leva ao querer continuar estático.
A doença fica crônica quando percebemos que a vida passou e ficamos presos em nossas dores, com o discurso, de que não temos ninguém que nos entenda, que temos perdas consideradas por nós como insuperáveis, nossos dias se acumulam lamentações, e elas talvez sejam o que nos paralisa, é esse desapego que digo que é o necessário, a realidade esta ai, diante dos seus olhos, aconteceu por erro das pessoas, seu, do mundo, mas e daí....
O acostumar se com a dor, para permanecer no papel de vitima da vida e de Deus, na postura do “coitadismo” não funciona mais, sair desta zona de conforto vai trazer a sensação de perda do sentido que você dava a sua vida, vai parecer que perdeu sua inspiração, mas é temporário, a escolha deve ser de ir até o fim da cura da sua alma e coração, pois a vida te colocou nessa situação conflitante para se desenvolver mesmo, encare se, vai sair vitorioso, a verdadeira vitoria depende de você também, não jogue tudo na conta de Deus, as possibilidades estão diante de seus olhos, abra os, permita se ver. 
               
Lembra-te de onde caíste e levante-te mais forte.



Texto Cris Campos
Imagem da net